Exportações do Brasil caem após tarifas dos EUA, mas Ásia garante recorde histórico
Impacto direto das tarifas impostas por Donald Trump
No segundo mês do tarifaço de Donald Trump, as exportações brasileiras para os Estados Unidos recuaram 20,3% em setembro, comparadas ao mesmo período do ano anterior. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a venda para o mercado norte-americano caiu de US$ 3,23 bilhões para US$ 2,58 bilhões.
Por outro lado, as importações vindas dos EUA cresceram 14,3%, passando de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 bilhões. Esse desequilíbrio resultou em um déficit comercial de US$ 1,77 bilhão, o maior de 2025 e o nono consecutivo na relação bilateral entre os países.
Saldo comercial brasileiro em queda
Mesmo com o recuo nas exportações para os Estados Unidos, o resultado anual mostra estabilidade. De janeiro a setembro de 2025, o Brasil exportou US$ 29,213 bilhões para os norte-americanos, queda leve de 0,6%. Em contrapartida, as importações somaram US$ 34,315 bilhões, alta de 11,8%, elevando o déficit acumulado para US$ 5,102 bilhões.
No mesmo período de 2024, o déficit era de US$ 1,317 bilhão, evidenciando a piora no desempenho comercial brasileiro. Antes das tarifas impostas pelo governo Trump, o país já mantinha saldo negativo, mas em menor proporção.
Expansão para novos mercados impulsiona recorde de exportações
Apesar do impacto negativo nas vendas aos EUA, o Brasil bateu recorde histórico de exportações em setembro de 2025. As vendas externas totais atingiram US$ 30,54 bilhões, um aumento de 7,2% em relação a 2024.
Esse crescimento foi garantido pela diversificação de mercados, principalmente na Ásia. As exportações para Singapura cresceram 133,1%, somando US$ 500 milhões. Para a Índia, houve aumento de 124,1%, alcançando US$ 400 milhões.
Outros destaques foram:
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Bangladesh: +80,6% (US$ 100 milhões)
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Filipinas: +60,4% (US$ 100 milhões)
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China: +14,9% (US$ 1,1 bilhão)
América do Sul e União Europeia também fortalecem resultados
As exportações para a América do Sul cresceram 29,3%, com forte impulso da Argentina, cujas compras subiram 24,9%. Já as vendas para a União Europeia avançaram 2% no mesmo período.
Esses números reforçam a resiliência da economia brasileira e a capacidade de adaptação a novos parceiros comerciais, mesmo em um cenário de tensões tarifárias globais.
Balança comercial e perspectivas futuras
O superávit da balança comercial brasileira ficou em US$ 2,99 bilhões em setembro, uma queda de 41,1% em relação ao ano anterior. Essa redução se deve, principalmente, à importação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 2,4 bilhões vinda de Singapura.
Mesmo com o recuo, especialistas acreditam que o diversificado portfólio de exportações e o forte desempenho na Ásia continuarão sustentando os resultados positivos do comércio exterior brasileiro nos próximos meses.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Foco Logístico
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